Estímulos constantes, pluralidade e colaboração e transformação digital são elementos essenciais para ter equipes engajadas e ser bem-sucedido na nova economia
Inovação e transformação digital são termos que ganharam muita força no mundo corporativo nos últimos anos. O advento de novas tecnologias, vem modificando de forma profunda e permanente nosso contexto de vida e, consequentemente, nosso ambiente de trabalho e os mercados. Como engajar seu time na tão necessária transformação digital?
Dentre as principais tecnologias podemos citar como exemplos, especialmente, aquelas ligadas com a capacidade de captura, processamento, correlação e análise de dados — internet das coisas, big data, advanced analytics e inteligência artificial.
Na era da nova economia vemos startups desbancarem empresas seculares em poucos meses. Nelas vemos múltiplas gerações que, simultaneamente, colaboram e disputam espaço nas organizações. E não disputam espaço apenas com outras pessoas. Com a implementação de algoritmos e robôs, a necessidade de adaptação em alta velocidade é um imperativo.
Inovar tornou-se, talvez mais do que em qualquer outro momento da nossa história, sinônimo de sucesso e de sobrevivência.
Transformação digital deve ser parte do DNA de todos
Neste cenário de constante transformação digital, os executivos buscam de diferentes formas introduzir a “pegada de inovação” em seus negócios e equipes. Porém, esta tarefa vem se mostrando como um enorme desafio para a maioria das empresas.
Reunir mentes brilhantes em um laboratório de inovação e transformação digital parece ser uma abordagem promissora. Elas questionam o status quo e desenvolvem ideias disruptivas que farão da sua empresa o próximo unicórnio global. No entanto, as expectativas têm sido bem maiores do que os resultados práticos alcançados.
A explicação para esse fenômeno passa pela concepção equivocada de que a inovação disruptiva deve ser objetivo apenas de um grupo específico de pessoas na organização, como uma área de Pesquisa e Desenvolvimento, ou um squad focado em Transformação Digital.
Esse tipo de estrutura certamente produzirá alguma inovação ao longo do tempo. No entanto, estão fundamentalmente limitadas por sua forma de atuação, centradas em si mesmas.
A inovação parte de qualquer lugar e pessoa
A inovação disruptiva requer pluralidade e colaboração. As grandes invenções da humanidade não surgiram apenas de momentos de inspiração de um indivíduo ou grupo de pessoas altamente criativas e qualificadas.
Elas foram geradas de forma não linear, construídas pela colaboração direta e indireta de pessoas com diferentes contextos e experiências, dentro e fora das organizações.
É nesse momento que a inovação, a diversidade e a inclusão convergem no ambiente corporativo. Talvez o único caminho para que uma empresa seja verdadeiramente inovadora seja engajar todos os seus colaboradores nesta mentalidade — e não apenas um grupo específico.
É preciso mudar comportamentos, ofertando constantemente novos estímulos, dentro e fora do ambiente de trabalho. Eles devem provocar diferentes experiências e relacionamentos.
Também devem institucionalizar metodologias e processos corporativos para a coleta e transformação, constante e consistente, de ideias em realidade (novos produtos e serviços, sistemas e formas de trabalhar). Podem envolver, inclusive parceiros, fornecedores, clientes e a sociedade em geral nesta jornada.
Transformação digital e inovação na ICTS
Um exemplo interessante desta abordagem pode ser encontrado na Protiviti, empresa do segmento de consultoria empresarial. Essa empresa criou, em 2019, uma estrutura responsável por infundir, viabilizar e acelerar a inovação em toda a empresa. Ou seja, a inovação não fica centrada nessa estrutura, que tem como papel principal disseminar o DNA da inovação para todos.
Uma das ações mais contundentes desta nova filosofia foi a realização do Digital Day. Este é um evento interno de imersão em soluções inovadoras, criadas por startups, que mobilizou todos os colaboradores da empresa.
A ação contou com mais de 20 estandes, que apresentaram soluções de inteligência artificial, big data & analytics, IoT, automação, drones, impressão 3D, reconhecimento facial/biométrico, entre outras.
Além disso, foram realizadas palestras interativas com especialistas do mercado, abordando temas como: “O impacto das startups e da inovação em grandes corporações”, “Inteligência emocional na era da transformação digital” e “Cidades inteligentes”.
Para Victor Carreiro, líder na área de Inovação e Transformação da Protiviti, o evento foi um marco importante na empresa, promovendo o interesse genuíno e aprendizado, bem como uma forte integração da equipe. Carreiro complementa sobre os impactos práticos da ação:
“Após o Digital Day, experimentamos um incremento de 30% no volume de ideias registradas em nosso portal de inovação, bem como geramos mais de 60 oportunidades de negócio junto as startups participantes, fomentando nosso ecossistema e soluções para o mercado”.
O exemplo da Protiviti mostra como o acesso a tecnologias disruptivas e inovadoras por parte dos colaboradores, sem limitações, é o ingrediente secreto para o engajamento das equipes e para a transformação digital.
Além do Digital Day, a empresa vem promovendo ao longo do ano uma série de treinamentos, internos e externos, além de visitas a centros de inovação e encubadoras.
Adicionalmente, criou um concurso interno, o Innovation Challenge, no qual mais de 50 colaboradores formaram equipes para exercitarem na prática o processo de inovação e transformação.
Estas novas vivências e experiências das equipes impulsionam a quebra de paradigma, o pensamento crítico, criativo e a colaboração. Também mobilizam a organização para a etapa mais difícil da inovação: a transformação das ideias em realidade.
Como concretizar ideias?
É nesse momento que a estrutura de inovação deve conduzir, como um maestro conduz sua orquestra, o fluxo de transformação digital efetiva do negócio. Isso é possível de duas maneiras:
1. Agindo com viés estrutural, institucionalizando metodologias (ex.: design thinking, design sprint, agile, pipeline de inovação, etc).
2. Implementando processos corporativos que:
- capturem, aprofundem e triem as ideias geradas pela organização;
- acompanhem a execução dos projetos selecionados;
- viabilizem o aprendizado e a evolução contínua dos novos produtos, serviços e fluxos de trabalho;
- atraiam talentos e outras empresas com perfil diversificado, que agreguem expertise e/ou experiências ao ecossistema e ciclo de inovação;
- fomentem continuamente a curiosidade e capacidade de autocrítica e reinvenção da organização;
- viabilizem os investimentos financeiros e de tempo das pessoas para o foco de inovação e transformação.
A concretização das ideias é a engrenagem final deste motor de inovação corporativa. Ao verem o investimento efetivo da organização e participarem e/ou acompanharem a realidade sendo continuamente transformada por suas ideias, forma-se um ciclo virtuoso nas equipes e demais interfaces da organização.
Maurício Fiss, diretor executivo da área de Inovação e Transformação da ICTS, confirma essa visão:
“Investimos fortemente na estruturação de um framework que impulsiona a inovação, mas principalmente na formação de equipes que trabalhem com um espírito inovador no seu dia a dia. Serão elas que continuamente transformarão nosso negócio, impactando positivamente nosso ambiente de trabalho, parceiros, clientes e a sociedade em geral”, conclui.
Como vimos, a transformação digital é mais que um trabalho a ser realizado por uma equipe de pesquisa e desenvolvimento. Ela deve ser um sentimento e uma filosofia a ser vivida pelo colaborador dentro da organização. E se ter ideias é bom, pô-las em prática é ainda melhor.
Gostou do texto sobre transformação digital e inovação. Tem alguma ideia bacana sobre como engajar ainda mais os colaboradores na transformação digital? Deixe um comentário!