O aumento da interação das pessoas na internet tem feito com que o comportamento nas redes sociais seja mais monitorado pelas companhias.
É raro encontrarmos, nos dias de hoje, alguém que não esteja presente no Facebook, no Instagram, no Twitter ou em outra mídia social, concorda? O aumento da interação das pessoas na internet tem feito com que o comportamento nas redes sociais seja mais monitorado pelas companhias.
Em uma era em que se fala sobre relações públicas na internet, devem ser tidos cuidados não só pelo relacionamento puro e simples, mas também com a administração estratégica da comunicação. Aquilo que os funcionários de uma empresa publicam nas redes sociais, por exemplo, traz impacto para as imagens organizações.
Como o comportamento nas redes sociais, tido pelos funcionários, impacta as empresas?
Antes de entrarmos na questão das redes sociais propriamente dita, é importante retomarmos um dos preceitos básicos da comunicação empresarial. Trata-se da ideia de que tudo comunica ou transmite alguma informação.
Os uniformes dos funcionários, o crachá que eles utilizam, a saudação que é dada a alguém que liga para o telefone da empresa, a forma como um e-mail é escrito, entre outras interações, contribuem para a formação da imagem da companhia.
Também é importante destacar que, por mais que algumas pessoas digam o contrário, dificilmente alguém consegue separar totalmente a vida profissional da vida pessoal. Imagine, por exemplo, que o prefeito de uma cidade é visto bêbado em uma festa.
Um cidadão que está no mesmo evento, ao ver tal fato, conta a história para seus amigos no dia seguinte. Você acha que ele falará que viu o senhor fulano de tal bêbado na festa ou que viu o prefeito? É claro que é a segunda opção! Isso apenas evidência que comportamentos tidos fora do ambiente corporativo, por mais que nada interfiram no trabalho, impactam a imagem profissional.
Agora imagine se além de ver o prefeito bêbado, a pessoa que o encontrou na festa fizesse uma filmagem e a publicasse nas redes sociais. O vídeo poderia viralizar e causar diversos danos à imagem do político, concorda?
É por conta disso que as empresas devem criar nos funcionários a consciência de que a forma como eles se comportam fora da companhia pode afetar a imagem profissional deles e, por consequência, da própria organização. Isso sempre aconteceu, mas nas mídias sociais ganhou força.
O caso Starbucks
Um exemplo de como o comportamento nas redes sociais afeta a imagem organizacional pode ser vista em uma reportagem do portal G1, que evidencia um acontecimento em uma loja do Starbucks, nos Estados Unidos.
Ao ver que dois consumidores negros estavam há muito tempo sem consumir na cafeteria, um funcionário chamou a polícia. Os clientes foram abordados pelos policiais e outros consumidores que estavam no local filmaram a ação e postaram nas redes sociais.
Em poucas horas o caso ganhou relevância e o vídeo passou a ter muitos compartilhamentos. Acusada de racista, a rede de cafeterias precisou vir a público e se desculpar pelo ocorrido.
Demissão na Latam por assédio às mulheres russas
Outro caso que ganhou repercussão na mídia ocorreu durante a Copa do Mundo na Rússia. Um vídeo foi gravado mostrando vários brasileiros assediando e constrangendo uma mulher russa.
A repercussão foi muito grande, tendo destaque na revista Veja e outros meios de comunicação! Um dos homens vistos no vídeo era funcionário da companhia aérea Latam. Mesmo estando em horário de folga, o rapaz foi demitido, uma vez que a empresa não queria a sua imagem relacionada a alguém que pratica o machismo e a misoginia. Mais uma vez, vemos o comportamento nas redes sociais tomar proporções maiores.
Comportamento nas redes sociais: quais são os pontos que as empresas devem ter cuidado?
Carolina Terra, especialista em relações públicas digitais, afirma que o funcionário é um dos maiores embaixadores ou representantes de uma marca. Por conta disso, a comunicação organizacional precisa estar alinhada e consistente, para que os colaboradores passem a ser defensores e não detratores da empresa em que trabalham.
Para que isso se efetive, as companhias precisam atentar para alguns pontos. Veja alguns exemplos, nos tópicos a seguir!
Promoção à ética e ao respeito
A cultura organizacional deve agregar valores como a ética e o respeito. Todos os funcionários devem ser orientados a sempre agirem de forma respeitosa com qualquer pessoa que se relacionarem, nos ambientes físicos ou digitais.
Não se deve ter e muito menos expor qualquer tipo de preconceito, como racismo, misoginia, homofobia, intolerância religiosa etc.
Falsa sensação de proteção nas redes sociais
Algumas pessoas ainda têm a falsa sensação de que as redes sociais são uma terra sem lei, em que tudo pode ser dito, sem que ocorram penalidades.
Isso é uma falácia, uma vez que já existem legislações específicas para aplicação na internet. De tal modo, se uma pessoa se sente ofendida por um comentário feito sobre ela nas redes sociais, por exemplo, pode mover processos judicias.
Hiperexposição
A internet trouxe uma realidade em que todos nós estamos hiperexpostos, praticamente o tempo todo. Por conta disso, alguns cuidados devem ser tomados para preservar as imagens pessoal e organizacional.
Será que vale a pena publicar uma imagem com muitas garrafas de bebida em um churrasco com os amigos, por exemplo? Até que ponto isso é divertido e pode interessar outras pessoas? Essa imagem não pode prejudicar a minha imagem como profissional e da empresa em que eu trabalho? Questões como essa devem ser sempre levantadas e as empresas precisam suscitar esse pensamento em seus colaboradores.
Criação de códigos de ética
Diversas empresas criam códigos de ética para que os colaboradores sigam nas redes sociais. A Adidas, por exemplo, estimula que seus funcionários se identifiquem como parte do seu time, porém salienta que a internet nunca se esquece e que cuidados devem ser tomados.
Entre outros pontos, um código de ética para o comportamento nas redes sociais pode trabalhar regras como:
- evite publicar fotos pessoais e com pouca roupa;
- jamais fale sobre assuntos sigilosos da empresa;
- evite entrar em discussões políticas ou partidárias;
- não fale mal da empresa e dos colegas de trabalho;
- não faça postagens comemorando a sexta-feira ou reclamando da segunda.
Criação do Canal de Denúncias
Um canal independente, especializado e seguro para o recebimento e tratamento de denúncias, além de tornar seus funcionários mais éticos e responsáveis, também melhora a reputação do negócio e da empresa no mercado.
Empresas que têm canais de denúncias, conseguem captar comportamento impróprios de mais rapidamente. Ou seja, quando ocorre um fato que expõe a reputação da empresa, pessoas conhecedoras da marca, clientes ou qualquer um que saiba onde denunciar, procura o canal para reportar o fato.
Isso ajuda a empresa a ter conhecimento rápido sobre essas situações. Também dá uma boa noção do tamanho da exposição.
Não há dúvida de que o comportamento nas redes sociais gera impactos na empresa. Por isso, a melhor saída é conscientizar a todos e evitar que as percepções tidas pelos demais usuários da internet seja negativa.
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