Economia da saúde: principais tendências e impactos para a gestão
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    Economia da saúde: principais tendências e impactos para a gestão

    Publicado em: 4 de outubro de 2024

    Por Cintia Soares

    A economia da saúde é um campo em constante evolução, impulsionado por mudanças demográficas, avanços tecnológicos e pressões financeiras. A gestão eficiente dos recursos de saúde é essencial para garantir a sustentabilidade e a qualidade dos serviços prestados. Neste artigo, abordo sobre as tendências mais recentes na gestão da economia da saúde, destacando as estratégias que estão moldando o futuro deste setor crucial.

    Enfoque na Eficiência e na Redução de Custos

    Uma das principais tendências na gestão da economia da saúde é o foco crescente na eficiência operacional e na redução de custos. Com os orçamentos de saúde cada vez mais apertados, há uma necessidade urgente de otimizar os processos e eliminar desperdícios. Segundo um relatório da McKinsey & Company, a adoção de práticas de gestão eficientes pode resultar em uma economia de até 15% nos custos operacionais dos hospitais. Isso inclui a implementação de sistemas de gestão de estoques mais precisos, a otimização da cadeia de suprimentos e a automação de processos administrativos.

    Pagamento Baseado em Valor

    O modelo de pagamento baseado em valor (value-based care) está ganhando força como uma alternativa aos modelos tradicionais de pagamento por serviço (fee-for-service). Esse modelo recompensa os prestadores de serviços de saúde com base nos resultados e na qualidade dos cuidados fornecidos, em vez da quantidade de serviços prestados. De acordo com a Deloitte, a transição para o pagamento baseado em valor pode melhorar a qualidade do atendimento e reduzir os custos em até 20%.

    Este modelo incentiva os prestadores a focarem na prevenção de doenças e na gestão eficaz de condições crônicas, promovendo um cuidado mais holístico e centrado no paciente. A implementação de tecnologias de monitoramento remoto e telemedicina são componentes críticos para o sucesso deste modelo, permitindo um acompanhamento contínuo e personalizado dos pacientes.

    Digitalização e Saúde digital

    A digitalização está transformando a gestão da economia da saúde, proporcionando maior eficiência e melhor qualidade de atendimento. A adoção de prontuários eletrônicos de saúde (PES) e sistemas de informação hospitalar (SIH) facilita o acesso rápido e preciso às informações dos pacientes, melhorando a coordenação do cuidado e reduzindo erros médicos.

    Estudos da PwC indicam que a digitalização completa dos sistemas de saúde pode resultar em uma economia de até 10% nos custos administrativos e um aumento significativo na qualidade do atendimento. Além disso, a integração de big data e análise de dados permite uma gestão mais informada e estratégica, identificando tendências e melhorando a tomada de decisões.

    Telemedicina e Atendimento remoto

    A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção da telemedicina, que se consolidou como uma ferramenta essencial na prestação de cuidados de saúde. A telemedicina oferece a conveniência de consultas remotas, reduzindo a necessidade de deslocamentos e permitindo o acesso a cuidados médicos em regiões remotas. De acordo com a Harvard Business Review, o uso da telemedicina pode reduzir os custos de atendimento em até 25% e aumentar a satisfação dos pacientes.

    A expansão da telemedicina exige investimentos em infraestrutura tecnológica e treinamento de profissionais, bem como a criação de políticas de reembolso adequadas. Além disso, a telemedicina pode ser integrada com outras tecnologias, como dispositivos de monitoramento remoto, para oferecer um cuidado contínuo e personalizado.

    Foco na Saúde Preventiva e Bem-Estar

    Outra tendência importante é o foco crescente na saúde preventiva e no bem-estar. A promoção de estilos de vida saudáveis e a prevenção de doenças são estratégias eficazes para reduzir os custos de saúde a longo prazo. Programas de bem-estar corporativo, campanhas de vacinação e iniciativas de educação em saúde são exemplos de medidas preventivas que podem ter um impacto significativo na saúde da população.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar investido em prevenção pode gerar uma economia de até três dólares em custos de tratamento. Essa abordagem não só melhora a qualidade de vida da população, mas também alivia a pressão sobre os sistemas de saúde.

    Integração de Cuidados

    A integração dos cuidados de saúde é fundamental para melhorar a coordenação e a eficiência do atendimento. Modelos de cuidados integrados, como o Accountable Care Organizations (ACOs), buscam alinhar os incentivos dos prestadores de serviços com os resultados de saúde dos pacientes. De acordo com um estudo da KPMG, a adoção de modelos de cuidados integrados pode melhorar a qualidade do atendimento e reduzir os custos em até 10%.

    A integração dos cuidados envolve a colaboração entre diferentes níveis de atendimento, desde a atenção primária até os cuidados especializados, garantindo uma abordagem centrada no paciente e contínua. A utilização de tecnologia para compartilhamento de informações e comunicação eficiente entre os prestadores é essencial para o sucesso deste modelo.

    Conclusão

    As tendências na gestão da economia da saúde apontam para uma transformação significativa na forma como os serviços de saúde são gerenciados e prestados. A busca por eficiência, a adoção de modelos de pagamento baseados em valor, a digitalização, a expansão da telemedicina, o foco na saúde preventiva e a integração dos cuidados são estratégias que estão moldando o futuro do setor. Essas tendências não só visam melhorar a qualidade do atendimento e a satisfação dos pacientes, mas também garantir a sustentabilidade financeira dos sistemas de saúde. Para que essas mudanças sejam bem-sucedidas, é essencial um compromisso contínuo com a inovação, a colaboração e a implementação de políticas e práticas eficazes.

    Cintia Soares

    Cintia é Associate Senior Manager de Business Performance & Transformation na Protiviti Brasil. Executiva com mais de 22 anos de experiência nos segmentos de varejo, serviços financeiros, tecnologia, saúde, consultorias de gerenciamento de riscos e Big Four. Certificada em Estratégia, Expansão e Vendas. Expert em Gestão de Projetos de alta complexidade e transformacionais, Planejamento Estratégico, Comercial, Marketing, Growth, Relacionamento com o Mercado e Novos Negócios.

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