Entenda como a anonimização - uma das exigências da LGPD - pode ser feita através da tokenização de dados e quais as vantagens de seu uso.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em 2020 e estabelece regras claras para o uso, proteção e privacidade de dados pessoais. A LGPD é aplicável a todas as empresas e organizações que coletam, processam ou armazenam dados pessoais no Brasil, independentemente de sua nacionalidade ou porte.
Um dos principais objetivos da LGPD é proteger a privacidade e a segurança dos dados pessoais dos indivíduos. Para isso, a lei estabelece que as empresas implementem medidas de segurança adequadas para proteger os dados pessoais contra acesso não autorizado, vazamento, perda ou destruição, sendo a anonimização de dados, que impossibilita a associação, direta ou indireta, a um indivíduo, um dos mecanismos mencionados pela regulamentação.
Além disso, a lei exige que as empresas informem aos titulares de dados suas técnicas de anonimização utilizadas e os resultados obtidos a partir do tratamento dos dados.
Principais técnicas de anonimização de dados
Existem diversas técnicas de anonimização de dados que podem ser utilizadas para proteger a privacidade dos titulares de dados pessoais. Entre as técnicas mais utilizadas, estão o mascaramento, a criptografia e a tokenização.
No mascaramento, os dados pessoais são substituídos por dados fictícios, que ainda assim preservam características gerais dos dados originais, como a forma ou o tamanho. Por exemplo, pode-se trocar os dois últimos dígitos de um número de identificação pelo número 00, ou adicionar um valor aleatório a um dado numérico. Essa técnica visa preservar o padrão geral dos dados, enquanto reduz a possibilidade de identificação do titular do dado.
Já na criptografia, os dados pessoais são transformados em um código indecifrável. Essa técnica é amplamente utilizada para proteger dados em trânsito ou armazenados, assegurando a confidencialidade dos dados. Esta técnica também pode ser utilizada em conjunto com outras técnicas para garantir a proteção dos dados pessoais.
Na tokenização, os dados pessoais são substituídos por um token que não pode ser revertido para os dados originais sem uma chave de descriptografia. Dessa forma, a informação original é substituída por uma sequência de caracteres, que pode ser aleatória ou gerada por meio de um algoritmo criptográfico, e que não permite a identificação do titular dos dados. Esta técnica é a mais eficaz na proteção de dados e prevenção a tratamento indevidos de informações pessoais.
Simplificando a tokenização de dados
Para entender melhor como funciona a tokenização de dados, podemos fazer uma analogia com um cofre. Imagine que você tem um objeto de valor que deseja proteger, como um cartão de crédito, por exemplo. Para isso, você coloca esse cartão de crédito em um cofre e o tranca com uma chave. Dessa forma, apenas você, que possui a chave, pode acessar o cartão.
Agora, imagine que, em vez de guardar o cartão diretamente no cofre, você o coloca em uma caixa e guarda essa caixa no cofre. Em seguida, você tranca a caixa com uma chave diferente da chave do cofre e, em vez de guardar essa chave no cofre, você a guarda em outro local seguro. Quando você precisa acessar o cartão, você abre o cofre, pega a caixa, abre a caixa com a chave que está em outro local seguro e, finalmente, tem acesso ao cartão.
Essa é basicamente a ideia por trás da tokenização de dados. Os dados pessoais são colocados em uma “caixa” (o token) que é guardada em um ambiente seguro (o sistema de tokenização). Quando esses dados precisam ser utilizados para realizar operações ou transações, o sistema de tokenização disponibiliza o token correspondente, que é usado para acessar os dados, sem que eles sejam expostos. Dessa forma, a segurança dos dados é garantida, uma vez que, mesmo que o token seja roubado ou acessado por um terceiro, ele não poderá ser usado para acessar os dados reais.
Veja abaixo as vantagens da tokenização de dados em relação a outras técnicas de anonimização:
Comparativo | Mascaramento de Dados | Criptografia de Dados | Tokenização de Dados |
Técnica utilizada | Ocultação ou ofuscação | Embaralhamento | Substituição por token |
Objetivo | Proteção da privacidade e segurança de informações pessoais sensíveis | Proteção da confidencialidade de dados sensíveis | Proteção da privacidade e segurança de informações pessoais sensíveis |
Nível de segurança | Baixo a moderado | Moderado a alto | Alto |
Dados originais | Podem ser recuperados com um esforço significativo | Podem ser decodificados com uma chave de criptografia | Difíceis de recuperar ou decodificar |
Facilidade de uso | Fácil de implementar e gerenciar | Complexo de implementar e gerenciar | Fácil de implementar e gerenciar |
Flexibilidade | Pouco flexível, os dados originais não podem ser recuperados facilmente | Pode ser mais flexível, dependendo do algoritmo de criptografia usado | Flexível, pois os dados originais podem ser facilmente recuperados quando necessário |
Aplicações comuns | Ambientes de teste ou desenvolvimento, uso interno | Transações financeiras, armazenamento de dados em nuvem, comunicações seguras | Transações de cartão de crédito, armazenamento de dados em nuvem, uso interno |
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A solução da Thales permite que dados pessoais sejam substituídos por tokens irrevogáveis, assegurando a privacidade e a segurança dos titulares dos dados, permitindo que as empresas atendam LGPD e centralizem a gestão de anonimização, sem perder a eficiência na utilização dos dados.
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